Pessoas com uma inteligência emocional (QE) bem desenvolvida parecem estar sempre tranquilos, conseguem lidar com as situações mais complicadas com facilidade, nunca perdem a cabeça, não importa pelo que estejam passando, e ainda conseguem fazer com que os outros se sintam bem.

Esse é um dos tipos de inteligência que podem te ajudar a encarar novos hábitos de uma maneira mais positiva e quando se trata de felicidade e sucesso na vida, o QE é tão (ou mais) importante quanto o QI. Quer ver?

O que é inteligência emocional

Inteligência emocional ou Quociente emocional é a habilidade de entender, perceber, controlar e gerenciar suas emoções (e das pessoas ao seu redor) de uma maneira positiva, para se comunicar efetivamente, empatizar com os outros, superar desafios e lidar com conflitos.

A inteligência emocional nos auxilia a construir relacionamentos mais fortes e a buscar nossas metas pessoais e profissionais. Porque as pessoas com inteligência emocional apurada sabem o que suas próprias sensações significam e como elas podem atingir quem está ao seu redor.

Alguns pesquisadores acreditam que a inteligência emocional pode ser aprendida e fortalecida, enquanto outros sugerem que se trata de uma característica inata.

Segundo Daniel Goleman, a inteligência emocional é composta de cinco elementos principais: autoconsciência, autorregulação, automotivação, empatia e habilidades sociais. Mas quem é Goleman?

Daniel Goleman e a inteligência emocional

O termo inteligência emocional surgiu pela primeira vez em 1964. Mas só ganhou popularidade três décadas mais tarde, com a publicação da obra de Goleman que leva esse nome, em 1995. O foco desse trabalho foi demonstrar que a inteligência emocional é uma habilidade essencial para os líderes.

Daniel Goleman é escritor, psicólogo e jornalista científico. Por 12 anos, ele escreveu sobre o cérebro e o comportamento humano para o New York Times. Seu livro mais famoso, que ficou entre os best sellers por mais de um ano e meio, é intitulado exatamente Inteligência Emocional, mas ele escreveu diversas outras obras de assuntos correlatos.

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Além dos diversos livros (traduzidos para mais de 40 idiomas) e dos artigos do NY Times, Goleman ainda palestra em universidades e corporações no mundo inteiro. Ele também é um dos fundadores da CASEL (Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning), cuja missão é levar a “alfabetização emocional” para escolas de todo o globo.

Competências mais importantes para a inteligência emocional

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  1. Autoconsciência

Autoconsciência, em poucas palavras, significa que você sabe como você se sente e como suas emoções podem afetar outras pessoas ao seu redor. Trata-se de uma habilidade bastante importante, já que permite que você esteja consciente, de fato, de suas ações, humores e emoções em relação aos seus pares.

Pessoas autoconscientes também são capazes de reconhecer suas próprias forças e fraquezas e, portanto, costumam estar abertas à possibilidade de melhorar e aprender, justamente por confiarem em si e na percepção que têm de si mesmas.

  1. Autorregulação

Pessoas autorreguladas são aquelas que apresentam um autocontrole bastante apurado. Elas raramente atacam alguém verbalmente, tomam decisões de maneira impulsiva ou julgam e estereotipam as outras pessoas.

Costumam, ao contrário, ser flexíveis e adaptáveis e, por isso mesmo, conseguem gerenciar conflitos e resolver situações complicadas. Além disso, pessoas autorreguladas se preocupam com a influência que elas podem ter sobre as outras e se responsabilizam por suas próprias escolhas e ações.

Mas isso não significa suprimir as próprias emoções ou esconder seus sentimentos, e, sim, simplesmente saber a hora e o lugar certo para expressá-los. Trata-se, em suma, de expressar suas emoções apropriadamente.

  1. Automotivação

Indivíduos automotivados são aqueles que trabalham consistentemente em direção a seus objetivos – e com alta exigência em seu padrão de qualidade. São pessoas que não precisam de recompensas externas (fama, dinheiro ou prestígio) para buscarem suas metas.

Ao contrário, elas são motivadas pela experiência em si e seus próprios propósitos. Em geral, essas pessoas também apresentam um alto grau de realização e estão sempre procurando ser cada vez melhores.

  1. Empatia

Qualquer relacionamento bem-sucedido depende muito da empatia, essa habilidade de se colocar no lugar do outro, para imaginar como ele pode se sentir. Essa habilidade é crítica para a inteligência emocional e facilita, por exemplo, que se ganhe o respeito e a lealdade de seus pares, porque eles percebem que são vistos e compreendidos.

Ser empático também ajuda a entender a dinâmica de poder que influencia nossas relações sociais, auxiliando nas interações humanas que teremos ao longo do dia. E ainda permite que se identifique quem possui o “poder” em cada situação, uma habilidade capaz de influenciar emoções e comportamentos alheios.

  1. Habilidades sociais

Ser capaz de interagir bem com as outras pessoas também é um aspecto importante da inteligência emocional. Mais do que simplesmente entender suas emoções e as de quem está a seu redor, significa colocar essa informação a serviço de seus relacionamentos e comunicação.

Quem tem boas habilidades sociais costuma se adaptar bem à mudança e resolver conflitos de maneira diplomática. Essas pessoas, em geral, têm bastante influência sobre quem está ao seu redor, normalmente através do exemplo, de suas próprias ações e comportamentos.

Tais habilidades sociais incluem escuta ativa, comunicação verbal e não-verbal apurada, liderança, persuasão, entre outras.

13 Hábitos para desenvolver inteligência emocional

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Como desenvolver a autoconsciência

1. Mantenha um diário:

Se você gastar apena alguns minutos por dia escrevendo seus pensamentos, isso vai levá-lo a um novo patamar de autoconsciência. Você pode incluir esse momento em sua rotina noturna ou em sua rotina matinal. E você pode usar um diário em papel ou aplicativos como o Evernote.

2. Reflita:

Sempre que você sentir raiva, mágoa ou alguma emoção muito forte, ou quando você perceber que está se autossabotando de alguma forma, pare um pouco e examine por quê. Lembre-se que, não importa a situação, você sempre pode escolher como reagir.

Como desenvolver a autorregulação

3. Conheça seus valores:

Você tem uma ideia clara do que é absolutamente importante para você? Quais são suas prioridades, aquilo que você não pode viver sem? Se você tem noção de qual é seu próprio “código de ética”, então você provavelmente saberá a decisão certa a tomar sempre que houver um dilema a sua frente.

4. Assuma sua responsabilidade:

Se você é daqueles que costuma culpar os outros quando algo dá errado, pare com isso. Assuma seus erros, encare as consequências. Você provavelmente irá dormir melhor à noite e ganhar o respeito das pessoas a seu redor.

5. Pratique a tranquilidade:

Você descarrega sua ira nos outros? Pois então, você precisa aprender a regular a maneira como você expõe suas emoções. E a melhor forma de fazê-lo é através da meditação, seja ela a prática da atenção plena ou mesmo a meditação guiada.

Como desenvolver a automotivação

6. Avalie por que você faz seu trabalho:

É fácil de esquecer o que você realmente aprecia em sua carreira. Então, tire um tempinho para relembrar por que você quis trabalhar nisso. Se você está infeliz ou tentando entender o seu propósito, é interessante que você comece pela Mandala do Ikigai.

7. Seja otimista:

Entenda que sempre há um lado bom em qualquer situação, não importa quão problemática ela se pareça à primeira vista. Adotar essa mentalidade exige prática, mas vale o esforço. Assim, sempre que você enfrentar um problema, tente encontrar pelo menos um ponto positivo, nem que seja algo bem pequeno.

Como desenvolver a empatia

8. Coloque-se no lugar do outro:

Sim, não existe maneira melhor de exercitar a empatia do que fazer aos outros somente o que você gostaria que fizessem a você. Portanto, tente sempre observar as situações sob o ponto de vista do outro, isso vai ajudá-lo a entender melhor as outras pessoas.

9. Observe sua linguagem corporal:

Perceba como você se comporta quando está ouvindo alguém. Você cruza os braços? Morde os lábios? Olha para os lados? Isso está mostrando como você se sente – e a impressão não é boa! Prestar atenção à linguagem não-verbal é tão importante quanto àquilo que você fala.

10. Seja grato:

Expresse gratidão sempre que alguém fizer algo por você. Se você pediu para seu funcionário ficar até tarde, agradeça a sua disposição em executar o trabalho. E, assim que possível, recompense-o de alguma forma, oferecendo uma folga, por exemplo.

Como desenvolver habilidades sociais

11. Aprenda a resolver conflitos:

Desenvolver sua habilidade de resolver conflitos tanto entre si mesmo e os outros, quanto os conflitos das outras pessoas que estão a seu redor é vital para qualquer pessoa que quiser ser bem-sucedida, pessoal ou profissionalmente.

12. Melhore sua comunicação:

As pessoas entendem o que você quer dizer? Tente usar uma linguagem que seu interlocutor entenda, faça perguntas abertas, que possibilitem mais do que sim ou não, mantenha contato visual, mostre interesse no que estão lhe dizendo, pratique a escuta ativa, observe sua linguagem corporal e dê feedback sempre que possível.

13. Elogie os outros:

Um elogio pode ser inspirador para aqueles que convivem com você. Portanto, sempre que você entender que alguém a seu redor merece um cumprimento, não hesite em fazê-lo.

Perceba que, por meio de hábitos bastante simples, você pode aprender as cinco habilidades que compõem a inteligência emocional a qualquer momento. No entanto, existe uma diferença entre simplesmente entender do que se trata a inteligência emocional e incorporá-la, de fato, em sua vida.

Saber que você precisa fazer algo não significa que você irá – especialmente quando você está sobrecarregado e estressado, não importa quão boas sejam as suas intenções. Portanto, lembre-se que a construção de hábitos positivos, na direção da pessoa que você quer ser, exige consciência e intenção permanentes.

Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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