Entender como ser mais resiliente é essencial para lidar com mudanças, fracassos e perdas, que são partes inevitáveis da nossa vida.

E, enquanto algumas delas podem representar pouco, outras podem ter um forte impacto, capaz de nos desestabilizar e atrapalhar nossa rotina diária. Por isso a importância de sabermos como ser mais resiliente.

A maneira como lidamos com os problemas vai influenciar nas consequências psicológicas a longo prazo. Resiliência leva tempo, força de vontade e, por vezes, precisa do auxílio das pessoas ao seu redor. Mas a boa notícia é que há algumas técnicas que podem fazê-lo aprender como ser mais resiliente.

O que é resiliência

Segundo Amit Sood, diretor executivo do Centro Global de Resiliência e Bem-Estar, e criador do programa Resilient Option program, resiliência “é a capacidade de resistir às adversidades e se recuperar e crescer apesar das crises da vida”.

De forma similar, conforme a Associação Americana de Psicologia (APA), aprender como ser mais resiliente é a forma de entender “o processo de adaptar-se bem diante de adversidades, traumas, tragédias, ameaças ou fontes significativas de estresse — como problemas familiares e de relacionamento, sérios problemas de saúde ou questões financeiras e de trabalho”.

Pessoas resilientes não sucumbem frente a eventos complicados e dolorosos, mas utilizam suas forças e habilidades para lidar com eles, de cabeça erguida, sejam problemas financeiros, desastres naturais ou a perda de um ente querido.

Alguns comportamentos que vão te ajudar como ser mais resiliente incluem:

  • reconhecer a impermanência das dificuldades;
  • ver os problemas como oportunidades de crescimento;
  • desenvolver ferramentas para lidar com suas emoções;
  • reconhecer que algumas coisas fogem do nosso controle.

Que fique claro que isso não significa que pessoas resilientes não sofram com estresse, ansiedade ou luto. Elas apenas lidam com as dificuldades de uma forma mais saudável e, em geral, se tornam ainda mais fortes do que antes.

Além disso, entender como ser mais resiliente também pode significar diferentes coisas para diferentes pessoas e, por isso mesmo, trata-se de um conceito em constante evolução. 

De acordo com Kendra Kubala, psicóloga que trabalha com sobreviventes de trauma na Pensilvânia e Nova York, o importante é reconhecer que o que você passou é significativo, ver o impacto causado e como você mudou do que era antes do evento.

Dados sobre a resiliência

Deixa eu te mostrar agora alguns dados em campos diferentes que podem te ensinar como ser mais resiliente:

Biologia e genética

Experimentos científicos têm mostrado que parte da nossa resiliência é inata e tem a ver com nossa constituição genética. 

De acordo com uma pesquisa de 2016, vários sistemas neuroquímicos contribuem para a resiliência. Um deles é o sistema nervoso simpático, que comanda a resposta de luta ou fuga quando você percebe uma ameaça (liberando hormônios, acelerando sua frequência cardíaca e respiração, entre outras coisas). 

Segundo os estudos, ter um sistema nervoso simpático inato particularmente sensível pode afetar a maneira como você responde ao estresse e, afetando, assim, sua capacidade geral de resiliência.

E você pode estar pensando que se tem relação com a sua genética, não tem muito o que você pode fazer, certo? Errado. Entender e observar como nos comportamos são os primeiros passos para moldar o nosso comportamento.

Fatores ambientais

Um artigo de 2016 da World Psychiatry demonstra que o apoio social pode reforçar a resiliência ao fazê-lo sentir-se mais compreendido e valorizado, proporcionando uma plataforma psicológica de motivação para lidar com o estresse ou trauma de forma mais saudável.

Uma publicação da Social and Personality Psychology Compass acrescenta que o pensamento positivo e o otimismo também são traços que colaboram com como ser mais resiliente diante de contratempos. 

E a conexão espiritual também seria uma fator preponderante para o desenvolvimento da resiliência. Um estudo de 2017, por exemplo, sugere que um alto nível de religião ou espiritualidade entre veteranos militares norte-americanos foi associado a menores riscos de desenvolver transtornos pós-traumáticos e distúrbios mentais 

Como ser mais resiliente: 4 dicas

Mude sua forma de pensar

Pessoas resilientes têm uma visão realista das situações negativas, mas elas não ficam procurando culpados, culpando a si mesmas ou lamentando sobre o que não tem solução.

Então, se você quer entender como ser mais resiliente, ao invés de olhar para os desafios como completamente intransponíveis, mude seu mindset e foque naquilo que você pode fazer para resolver. Tente desmembrar o problema em pedaços ou etapas menores e vá buscando resolução uma a uma. 

Dessa maneira, ao invés de ficar afundado em pessimismo, você poderá encarar tais eventos como oportunidades de aprendizado e crescimento. 

Concentre-se naquilo que você pode controlar

Diante de situações muito difíceis, especialmente aquelas provocadas ou influenciadas por alguma atitude nossa, é comum que fiquemos pensando no que deveríamos ter feito diferente e no desejo de voltar no tempo.

Mas isso está completamente fora do nosso alcance. Ao invés de perder tempo sofrendo com aquilo que você não pode mudar, foque no que você pode fazer a partir de agora. 

Gerencie o estresse

Construir hábitos que lhe auxiliem a lidar com o estresse é uma das melhores formas de como ser mais resiliente. Como já visto em vários outros posts aqui, você pode fazer isso garantindo uma boa noite de sono, incluindo exercícios físicos no seu dia a dia, meditando, mantendo uma rotina matinal e uma rotina noturna, entre outros. 

Busque apoio

Falar sobre os problemas não vai fazê-los desaparecer. Mas dividi-los com alguém que você confia proporciona uma sensação de ter alguém ao seu lado, com quem contar, que você não está sozinho.  

Além disso, discutir as situações com outras pessoas pode oferecer novos pontos de vista e possibilidades de lidar com os desafios. No final, você ainda sentirá o poder da gratidão e terá estreitado vínculos com quem lhe dá apoio.

Por fim, é importante destacar que nem sempre precisamos ou conseguimos ser resilientes frente a nossos traumas e preocupações. E, em alguns casos, nosso estresse ou ansiedade alcança níveis com os quais simplesmente não somos capazes de lidar. Nesses casos, é essencial que você busque ajuda especializada, de um psicólogo ou psiquiatra. 

Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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