Certamente você entende o conceito de “preguiça” e já pode ter vivenciado com uma certa frequência no seu dia a dia, especialmente quando tem que enfrentar atividades chatas ou trabalhosas. Principalmente agora, que o ano se acabou, você pode ter ficado de preguiça entre o Natal e o Ano Novo e talvez esteja até agora.

A gente costuma sentir esse cansaço justamente quando sabemos que precisamos fazer alguma coisa, mas não temos vontade devido ao esforço necessário envolvido, seja ele físico ou mental.

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Mas o que está por trás dessa sensação, tão familiar a todos nós em alguns momentos?

O que é a preguiça

Segundo alguns estudiosos do comportamento humano, a preguiça nasceu de uma espécie de contradição na evolução humana. Vou explicar. Durante milhares de anos, o foco do ser humano foi simplesmente a sobrevivência, o que se caracteriza por recompensas imediatas.

Nossos ancestrais basicamente buscavam comida e fugiam de predadores. Ou seja, eles precisavam de resultados imediatos – aqui e agora. Não existia razões – ou formas – de planejar alimentação ou proteção.

Além disso, alguns experts explicam que, como espécie, também tendemos a poupar energia. Nossos ancestrais precisavam guardar energia quando os recursos ficavam escassos, quando precisavam competir por alimentos, caçar, fugir ou lutar.

Mas com a evolução, o ser humano aprendeu a desenvolver tecnologias que facilitassem nossa sobrevivência, tanto para cultivo de alimentos quanto para abrigo, reduzindo as ameaças e permitindo que começássemos a planejar o futuro.

No entanto, a contradição reside justamente em planejar uma ação futura quando, por natureza, nós humanos esperamos gratificações imediatas. O que não produz resultado na hora é percebido como algo infrutífero.

Logo, nosso instinto é conservar energia e não gastar esforços em projetos incertos ou de longo prazo, sem recompensa imediata. Quando percebemos alguma incerteza nesse sentido, é da nossa natureza que tiremos um momento para introspecção e economia de energia.

Em resumo, dessa oposição entre o que devemos e o que queremos é que pode surgir a preguiça.

Problemas gerados pela preguiça

Um pouco de preguiça e falta de vontade de fazer determinadas atividades é super comum e todo mundo pode ter em um momento ou outro. O grande problema é quando isso se torna frequente e não se consegue sair de um ciclo negativo de preguiça, procrastinação e apatia.

Nesses cenários, a preguiça pode trazer muitas consequências negativas para nossa vida. Os efeitos mais comuns e problemas gerados pela preguiça incluem:

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  • Doenças: a preguiça está intimamente associada com a falta de atividade física, a qual está relacionada com várias enfermidades, tais como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, além de problemas mentais como a depressão.
  • Produtividade baixa: a preguiça derruba nossa produtividade, tanto individualmente quanto em equipe. E, quanto menos produzimos, menos desenvolvemos nossas funções cognitivas. Ao contrário, quanto mais nos expomos ao conhecimento, melhores e mais produtivos nos tornamos.
  • Procrastinação: a preguiça é possivelmente o maior motivo de postergamos as coisas em nossas vidas, impedindo que alcancemos os nossos objetivos, os quais geralmente exigem disciplina e consistência. Se você se interessa pelo assunto, vale ver o TEDx: Por dentro da mente de um procrastinador do Tim Urban.
  • Criatividade fraca: estudos mostram que a preguiça pode derrubar a nossa criatividade, especialmente com o avanço da idade. E, muitas vezes, a criatividade é a ferramenta que nos impulsiona para fora da nossa zona de conforto.
  • Estagnação: a preguiça acaba com a nossa motivação e com a nossa ambição. Os planos e metas se tornam sonhos cada mais distantes e impossíveis. A preguiça lhe rouba a chance de ser a pessoa que você almeja ser.

Possíveis causas da preguiça

Além dessa carga que trazemos de nossos antepassados, há também outros fatores que podem contribuir com a preguiça.

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Alguns deles podem ser:

1. Falta de interesse

Quando agimos de acordo com as nossas necessidades e preferências, nos mantemos motivados pela nossa vontade. Por isso, a melhor forma de terminarmos o que começamos é gostar daquilo que fazemos. Assim, ao invés de ser um esforço, a atividade será um prazer. A preguiça em relação a um projeto pode ser simplesmente falta de interesse por aquele objetivo.

2. Baixa autoestima

A preguiça também pode nascer da nossa falta de fé em nós mesmos. Se acreditamos que não vamos concluir um projeto, por que iremos começá-lo? Mas essa crença em nossa própria força e eficiência se desenvolve justamente quando executamos os projetos. Cada vez que alcançamos um resultado, estamos abastecendo nossa autoestima e nossa fé em nós mesmos.

3. Fracasso

Quando falhamos repetidamente em algum empreendimento, é comum que a gente simplesmente “jogue a toalha”. É a maneira que o nosso subconsciente encontra de nos proteger do sentimento de frustração e decepção. Admitir que tentamos e falhamos machuca nosso ego. É mais fácil que encaremos apenas como preguiça.

4. Medo

A preguiça é uma forma de escapar da realidade. Temos medo de encarar tudo aquilo que não está sob nosso controle e fugimos, decidimos deixar para o dia seguinte. Só que o dia seguinte não chega nunca, porque o medo é maior do que a motivação.

5. Depressão

Em alguns casos, a preguiça pode ser um sintoma de depressão. A depressão não é fácil de ser diagnosticada e costuma ser confundida com cansaço e apatia. Por isso, é importante prestar atenção se esse sintoma aparece associado com outros, tais como pessimismo, falta de interesse pela vida e pensamentos negativos.

6. Causas biológicas

Também há algumas condições médicas que podem ser refletidas na preguiça. Quando estamos frequentemente exaustos, por exemplo, mesmo em dias aparentemente tranquilos, é interessante fazer alguns exames. O cansaço pode ser sintoma de uma desordem da tireoide, diabetes, anemia, doenças do coração e fibromialgia, apenas para citar algumas.

Como superar a preguiça

Antes de tudo, é imperativo ressaltar que a preguiça não deve ser confundida com procrastinação. Procrastinar é adiar uma atividade em favor de outras mais prazerosas ou com retornos imediatos.

Muitas vezes, é essencial que tiremos um tempo para descansar a cabeça, para recompor nossas energias e até para o chamado “ócio criativo”, quando deixamos nossa mente divagar e criar. Ninguém precisa ser produtivo o tempo todo.

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Agora, para superar a preguiça pura e simples, você pode incluir alguns hábitos positivos em sua rotina diária. Por exemplo:

  • Separe o seu dia em blocos de tempo. Eu sugiro o método Pomodoro, que lhe incentiva a fazer pequenos intervalos depois de períodos produtivos mais longos.
  • Comece o dia com uma tarefa simples. Não estou dizendo para você deixar o mais difícil para o final do dia, muito pelo contrário. Mas é legal fazer uma coisa mais ou menos fácil logo de cara, porque o seu subconsciente vai entender que você está sendo eficiente, pois já começou concluindo tarefas.
  • Faça exercícios. A atividade física faz seu sangue circular mais intensamente e você se sente mais cheio de energia. Por isso, uma boa ideia, inclusive, é incluir algum exercício físico em sua rotina matinal.
  • Recrute um parceiro. Quando você se compromete em realizar alguma atividade com alguém, a chance de você não cumprir é muito menor, porque você não pode deixar a outra pessoa na mão.
  • Arrume-se. Essa dica é especialmente relevante para quem precisa manter a produtividade no home office. Quando você se veste para trabalhar, a sua atitude toda muda. Então, arrume-se como se fosse sair, mesmo que não vá.
  • Aplique a regra dos dois minutos. Bem simples: se leva menos de dois minutos, faça agora. Assim, você vai completando pequenas tarefas rápidas ao longo do dia, ao invés de deixá-las acumulando para fazer tudo de uma vez só.

Para concluir, é fundamental que se entendam melhor os perigos, mas também a função da preguiça, para acabar com o estigma do conceito. Sempre haverá momentos preguiçosos por escolha. Mas é importante saber o que está por baixo da superfície e tentar entender.

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Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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