No ano passado eu li o livro O Fim da Procrastinação, do Petr Ludwig e olhando minhas anotações e pensando sobre o ato de procrastinar me deu vontade de escrever sobre ele.

livro o fim da procrastinação petr ludwig capa

A Procrastinação pode ter um fim?

É um daqueles livros que tem um nome chamativo, mas impossível de se alcançar (pelo menos eu não acredito que a gente consiga parar de procrastinar tudo) e que pode fazer você torcer o nariz logo que vê. Inclusive durante o papo que tive com o Tiago, do Tira do Papel ele falou exatamente sobre isso quando mencionou o que estava lendo na época.

Então se superarmos esse pequeno detalhe que chama a atenção e dermos uma oportunidade para o livro O Fim da Procrastinação, veremos que ele pode ser muito bom (eu pelo menos gostei bastante).

O livro o Fim da Procrastinação

A procrastinação é uma presença constante na vida de todos os seres humanos, afinal de contas, quem nunca se pegou realizando atividades triviais ao invés de fazer coisas significativas e que realmente importam? Não é que isso seja necessariamente ruim, tá tudo certo se e um dado momento você preferir ver uma série do Netflix ao invés de fazer algo significativo para seu futuro, desde que isso não seja uma constante na sua vida e desde que isso não te deixe para baixo.

Esse assunto é tão importante pra mim que já até escrevi um post dedicado à procrastinação por aqui. Continuando com o assunto, hoje vou te mostrar o que tirei de mais importante do livro O fim da procrastinação, do Petr Ludwig que traz algumas ferramentas e dicas práticas para te fazer ser mais produtivo.

Ludwig aborda no livro O Fim da Procrastinação a ciência por trás do hábito de procrastinar e ensina como podemos nos motivar, de forma a nos concentramos no que precisamos realizar, como organizar nossa rotina diária, como cultivar bons hábitos, entre outras coisas.

Ferramentas do Livro O Fim da Procrastinação

A estrutura do livro O Fim da Procrastinação se divide em uma parte inicial explicando o que é a procrastinação e como você deve combatê-la, mas onde eu vi mais valor foi nas ferramentas que ele propõe durante os capítulos seguintes, que são divididos em:

  • Motivação
  • Disciplina
  • Resultados
  • Objetividade

Em cada um desses capítulos do livro o Fim da Procrastinação, Petr Ludwig apresenta uma ou mais ferramentas. A lista de todas elas segue abaixo:

  • Visão Pessoal (Motivação)
  • Lista de Hábitos (Disciplina)
  • Mapa do Dia (Disciplina)
  • Heroísmo (Disciplina)
  • Chave Interna (Resultados)
  • Lista de Gratidão (Resultados)
  • Botão Restart (Resultados)
  • Encontro Marcado (Conclusão)

Minha ideia ao longo desse post é me aprofundar um pouco mais nos capítulos e te mostrar o uso das ferramentas que mais curti e adotei para minha rotina.

Motivação

Para começar, eu gostaria de dizer que tento sempre abolir a palavra motivação do meu vocabulário. Para começar, se sentir motivado é um sentimento e, por ser um sentimento, não é muito confiável, já que podemos estar motivados em um dia e em outro não e isso é péssimo para o que você quer fazer de maneira constante e tornar um hábito.

Dito isso, gosto da visão que o Petr Ludwig traz de pensar no tempo finito que temos nessa vida. Quando pensamos com atenção vemos como o tempo é o nosso bem mais valioso e que cada segundo desperdiçado não pode ser recuperado.

Talvez a melhor sacada nessa parte do livro O Fim da Procrastinação seja ter o foco na motivação intrínseca baseada na sua jornada, ou seja, quando nos motivamos porque estamos vendo sentido no que fazemos. E a ferramenta que ele propõe para se chegar no propósito dessa jornada é a Visão Pessoal, que se subdivide em:

  • Análise SWOT pessoal
  • Lista de realizações pessoais
  • Análise de atividades motivadoras
  • Versão beta da sua visão pessoal

Passar por elas te permite chegar na versão final da sua visão pessoal, que segundo o livro o Fim da Procrastinação é o primeiro e mais importante passo no combate à esse sentimento.

Disciplina

Você já percebeu que tem alguns momentos da sua vida que você sabe exatamente o que deveria fazer, mas mesmo assim não faz? Muitas vezes isso ocorre por uma falta de disciplina, que segundo o livro o Fim da Procrastinação é a capacidade de convencer o seu corpo a realizar uma ação desejada.

O que vale destacar aqui é que temos um estoque de recursos que, conforme vamos usando, vão se esgotando. A ideia é que toda vez que você faz algo que não te dá prazer, você gasta um pouquinho desse estoque de energia e, quando ele se esgota, você simplesmente começa a deixar de fazer o que deveria para procrastinar fazendo alguma outra coisa.

As ferramentas que são trazidas no Fim da Procrastinação são:

  • A Lista de Hábitos (eu uso uma planilha de acompanhamento que mostro abaixo). Essa vai ser a espinha dorsal do seu desenvolvimento pessoal. A ideia é fazer cada lista valendo para um mês e ter um direcionamento do que gostaria ou não de fazer
resumo do livro essencialismo de greg mckeown hábitos
  • O Mapa do Dia é o conjunto de tarefas que você vai precisar realizar em um determinado dia. Eu curto usar o bom e velho Todoist como uma lista de atividades que preciso realizar. O autor fala nessa parte do livro O Fim da Procrastinação em usar mapas mentais – e apesar de achar legal, prefiro uma listinha de to dos mesmo. Seja sempre bem descritivo e quebre tarefas grandes em menores.
  • Heroísmo é a terceira e última tarefa relacionada à Disciplina. A ideia aqui é sair da zona de conforto e ser um herói diante de si próprio. Se você conseguir tornar a prática de fazer coisas “desconfortáveis” para você, vai perceber que será cada vez mais comum se sentir bem nesses momentos.

Resultados

Essa parte do livro O Fim da Procrastinação relaciona os resultados que atingimos cotidianamente (baseados na sua visão pessoal) como uma receita para se chegar na felicidade.

A fórmula é “simples”: Visão + Ação = Resultados

A ferramenta mais importante aqui é a Chave Interna, que te permite transformar emoções negativas (que atrapalham seus resultados) em positivas. Outra possibilidade que esse método te dá é o de quebrar o ciclo da procrastinação, que consiste em:

  • Não fazer nada
  • Se sentir culpado
  • Duvidar de si mesmo
  • Se sentir impotente
  • E voltar a não fazer nada…

Esse método se sustenta sobre 3 pilares: mudar a forma como você vê seus fracassos, superar os golpes do destino e transformar o passado negativo em positivo.

Segundo Ludwig, a ideia aqui é ativamente escolher como reagir a determinada situação. Se você deu o seu melhor, não tem porque se sentir mal. Aquele resultado foi um aprendizado para os próximos passos. Essa parte tem uma relação próxima com as ideias dos autossabotadores.

Ainda nessa parte o autor fala sobre outras duas ferramentas que eu acho sensacionais, a lista de gratidão (que uso diariamente, recomendo que você faça também e já falei por aqui nesse post) e o botão restart (que também falei por aqui recentemente e é muito útil quando as coisas desandam).

Objetividade

Para fechar o livro O Fim da Procrastinação, Ludwig fala sobre a importância da objetividade como vemos o mundo. Já falei por aqui do viés cognitivo e do Efeito Dunning-Kruger. Tome cuidado em achar que sabe demais quando realmente não souber muita coisa.

viés cognitivo gráfico efeito dunning-kruger síndrome do impostor

A ideia que ele passa é seguir algumas diretrizes para evitar estar nos primeiros pontos do gráfico acima como:

  • Aumentar a competência por meio de estudos
  • Buscar as fontes de informações de dados e fatos que te apresentam
  • Não ter pontos de vista rígidos sobre assuntos que não domina
  • Buscar feedbacks externos
  • Desenvolver pensamento crítico

Encontro Marcado

Para fechar o livro O Fim da Procrastinação, o autor traz uma reflexão que eu acho essencial e que vira e mexe me vejo fazendo, que é o quanto aproveito dos aprendizados que eu tenho e o quanto volto ao meu “estado normal” tempos depois de ter lido um livro ou assistido um curso.

A ferramenta que ele sugere é o Encontro Marcado, uma sessão auto reflexiva semanal, de cerca de uma hora para responder às seguintes perguntas:

  • O quanto eu progredi desde o último encontro?
  • Em que eu me saí bem?
  • Até onde eu gostaria de progredir até o próximo encontro?
  • Como tenho usado as ferramentas?
  • Lista de tarefas para o próximo encontro…

Se eu pudesse te dar algumas dicas finais, que talvez “resumam esse resumo” do livro seria para ter um propósito (Visão Clara), ter uma lista de tarefas e de acompanhamento de hábitos para ter certeza que está fazendo o que precisa e quer fazer. Escolha as ferramentas que mais funcionarem para você e se divirta no processo. Se estiver pesado, chato ou te incomodando de alguma forma, repense o sistema para que seja leve e útil.

Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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