Verdade seja dita: a gente nunca para de aprender. E lifelong learning significa basicamente isto: o aprendizado de uma vida inteira.

Todos nós temos metas e interesses que nada têm a ver com a nossa educação formal ou técnica. É intrínseco do ser humano ter essa curiosidades natural, que desenvolvemos graças a nossa habilidade inata de aprender.

E o lifelong learning entende que nem tudo o que aprendemos vem de uma sala de aula, de um tutor ou um curso online. É por isso mesmo que uma criança aprende a andar de bicicleta ou um adulto aprende a cozinhar.

O lifelong learning é o processo que nos leva à realização pessoal, a dominar nossos interesses naturais, nossa curiosidade motivacional, que serve de motor para nosso crescimento pessoal. Em outras palavras, tudo aquilo que aprendemos para e por nós mesmos, e ninguém mais.

O que é lifelong learning

Uma definição tradicional de lifelong learning da Comissão Europeia defende que se refere a “todas as atividades de aprendizagem realizadas ao longo da vida, com o objetivo de melhorar os conhecimentos, aptidões e competências numa perspectiva pessoal, cívica, social e/ou laboral”.

Peter Jarvis, especialista em aprendizado na vida adulta, descreve o lifelong learning como “a combinação de processos ao longo da vida em que toda a pessoa – corpo (genético, físico e biológico) e mente (conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, emoções, crenças e sentidos) – vivencia situações sociais, cujo conteúdo percebido é então transformado cognitivamente, emocionalmente ou praticamente (ou através de qualquer combinação) e integrado na biografia do indivíduo resultando em uma pessoa em constante mudança (ou mais experiente).”

Em palavras mais simples, o lifelong learning é um tipo de autoeducação, focada em desenvolvimento pessoal. O conceito costuma ser usado ao nos referirmos a todo aprendizado que acontece fora do ensino formal ou corporativo.

Trata-se de um tipo de aprendizagem flexível, disponível em diferentes momentos e lugares, e costuma ser associada aos quatro pilares da educação para o futuro, do Relatório Delors.

Os 4 Pilares do Lifelong Learning – Formas de aprender

Os 4 pilares da educação nasceram em um relatório intitulado “Aprendendo o Tesouro Interior” da Comissão Internacional de Educação para o Século XXI, publicado pela UNESCO. São eles:

Aprender a saber

Envolve o desenvolvimento da concentração, memória, raciocínio e compreensão. É sobre dominar as ferramentas de aprendizagem ao invés de um conhecimento estruturado. O papel do educador aqui é somente de facilitar, catalisar e monitorar o processo de aprendizado.

Aprender a fazer

Implica em aprender a pensar de maneira criativa, crítica e holística, de forma a se aprofundar na informação apresentada. Em poucas palavras, é a capacidade de discernimento sobre o conhecimento adquirido.

Trata-se de equipar as pessoas para os tipos de trabalho necessários agora e no futuro, incluindo inovação e adaptação a ambientes de trabalho futuros, sendo, portanto, uma habilidade essencial para quem precisa lidar com pessoas e trabalhar em equipe.

Aprender a conviver

É sobre compreender os outros, com sua história, valores e tradições. É a melhor maneira de aprender a resolver conflitos, entender outras culturas e fomentar o senso de coletividade e comunidade.

Os educadores servem para fazer com que os aprendizes percebam o valor de viver em conjunto, tanto na escola, em casa, na comunidade, na cidade e, no fim das contas, na vila global que é nosso planeta.

Aprender a ser

É a busca pelo desenvolvimento do ser como um todo: física, intelectual, emocional e eticamente, tanto como indivíduo quanto como membro da sociedade. É a melhor maneira de garantir a inclusão social e o crescimento espiritual.

A importância do lifelong learning

Seja por questões pessoais ou profissionais, o lifelong learning nos auxilia na busca pela realização e satisfação particulares, e reconhece que o ser humano tem esse anseio natural por explorar, aprender e crescer e isso melhor nossa qualidade de vida e autoestima. Entre os benefícios do lifelong learning estão:

  • Automotivação: às vezes a gente sente preguiça e começa a procrastinar tarefas, desde um projeto no trabalho até a limpeza da casa. Descobrir o que o motiva lhe coloca de volta na posição de protagonista de sua vidas e serve como um lembrete da pessoa que você quer ser.
  • Reconhecimento de nossas metas: entender o que nos motiva torna a vida mais interessante, reduz a ansiedade e abre a possibilidade para novas oportunidades. Você nunca sabe para onde os seus interesses e curiosidades podem levá-lo.
  • Habilidades novas e renovadas: quando estamos envolvidos em adquirir uma nova habilidade ou conhecimento, estamos construindo novos hábitos e capacidades que podem melhorar nossa vida pessoal e profissional. Porque sempre que estamos aprendendo algo novo – ou renovando um conhecimento adquirido anteriormente – a gente acaba por desenvolver outras habilidade correlacionadas.
  • Autoconfiança: ter mais conhecimento, mais habilidade e desenvolver um talento são capazes de melhorar a nossa visão de nós mesmos, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional, porque nos oferece um senso de realização e o sentimento de que podemos confiar em nossa própria capacidade de conhecimento, aprendizagem e adaptação.

Como criar hábitos que reforcem o lifelong learning em 5 passos

A maioria das pessoas consegue aprender algo novo simplesmente ao conversar com alguém, navegar na internet ou ler um livro e o jornal. No entanto, é normal que adquirir um novo conhecimento ou habilidade requeira um pouco mais de esforço, e é interessante que se observe alguns pontos para começar:

1. Reconheça seus interesses e metas

Lifelong learning é sobre você, exclusivamente, e não sobre o que as outras pessoas querem ou esperam de você. Reflita sobre suas paixões e sua visão de futuro e opte por desenvolver conhecimentos e habilidades que vão ao encontro delas.

2. Faça uma lista do que você quer aprender

Após identificar as paixões que lhe motivam, tente entender qual o seu interesse específico. Por exemplo, se a sua motivação é atividade física, busque se especializar naquela que faz seu coração bater mais rápido, seja ela ciclismo ou natação, por exemplo. Isso porque as particularidades de seus interesses farão com que você desenvolva diferentes habilidades e tipos de aprendizagem.

3. Identifique os recursos disponíveis

O alcance de qualquer meta sempre dependerá do que você precisa para começar. Portanto, pesquise e leia a respeito de seu interesse, a fim de formular como você irá aprendê-lo. Por exemplo, uma pessoa que se interesse muito por geologia pode optar tanto por buscar vídeos de especialistas no YouTube quanto fazer uma pós-graduação na área. Ambas as maneiras de aprender serão bastante distintas e trarão resultados diferentes.

4. Defina o espaço do novo aprendizado em sua vida

Sim, achar espaço para um novo interesse e/ou atividade em nossas vidas corridas exige bastante esforço e dedicação. Mas, se você não conseguir encontrar esse espaço, simplesmente não vai acontecer. Planeje e faça caber. Por exemplo, se você quer aprender uma nova língua, você consegue separar 30 minutos de estudo por dia? Ou será que uma hora seminal soa mais realista para você? Entender o espaço e tempo que você terá para se dedicar é o primeiro passo para fazer dar certo.

5. Comprometa-se

Por fim, tenha em mente que o seu empenho e dedicação na direção de uma nova iniciativa é, no final das contas, o passo mais importante na construção desse novo hábito. Portanto, estabeleça expectativas plausíveis e realistas, e tenha a motivação necessária para que você consiga se aventurar nessa nova empreitada, sem autossabotar-se e sem dar desculpas ou justificativas.

Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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