O papo de hoje é com a Ana, do Eu Organizado, que fala sobre organização humana, para a vida real e tem muito conteúdo bom, autoral e com um direcionamento que eu super curti. Recomendo que você dê uma olhada lá depois.
Por hora, vamos explorar um pouco mais da história, do conhecimento da Ana e de como ela lida com produtividade.
Conhecendo um pouco mais da Ana e do Eu Organizado
Me conte um pouco da sua história, do Eu Organizado e de como chegou onde está hoje.
Me chamo Ana Carolina, tenho 30 anos, sou carioca e me formei em Letras (português/literatura) no meio de 2015, aos 25 anos. depois da formatura (que aconteceu 2 anos depois da data ideal) me bate aquela CLÁSSICA crise dos vinte: uma crise profissional. Eu sempre tive vários bicos e trabalhos de curto termo, antes, ao longo e depois da faculdade, mas nenhum deles me enchia os olhos. foi por causa dessa crise que eu decidi me dedicar a um único projeto — e levei mais à sério a missão de entender quais caminhos vocacionais realmente me realizariam.
Criei o Eu Organizado no início de 2016, com muito apoio & ajuda do meu namorado da época, e os primeiros conteúdos se tornaram públicos no meio do mesmo ano.
eu contei mais detalhes da história da marca (e da minha) em alguns episódios do meu podcast.
“Um dos seus aprendizados no último ano foi perceber que tá tudo bem desacelerar a vida profissional e entender que eu tenho valor intrínseco”. Me conta um pouco mais de como foi esse processo para você?
Eu passei uma boa parte da “era” dos meus vinte anos me considerando uma pessoa lerda & tardia. E descobri e me conectei com uma das minhas vocações profissionais “já muito tarde” e, por isso & por outras coisas, eu trabalhei ininterruptamente de 2016 até 2018. nos últimos dois anos eu considero ter passado por momentos de crise profunda e ter me aproximado de sofrer burnout — uma sobrecarga excessiva e maléfica que tirou o prazer do meu trabalho.
Esse burnout não foi diagnosticado, mas eu senti os impactos físicos & emocionais & mentais dessa sobrecarga com muita força. Esse foi o início de um exercício constante de entender quem sou eu quando eu não estou trabalhando. quem sou eu quando eu não tenho “utilidade” para ninguém. Esse processo de reconhecer & me apropriar do meu valor intrínseco é mais um princípio de vida (uma forma de estar na Terra) do que um processo, pra mim. Porque ele não termina. Tive ajuda de muitas terapeutas qualificadas & maravilhosas ao longo desse início, também. Isso foi essencial pra mim.
De onde vem a inspiração para os temas que você aborda no seu podcast?
Das vozes da minha cabeça HAHAHA. Eu falo muito e eu falo sozinha desde sempre. Há alguns anos que os leitores me sugeriram começar um podcast, mas essa criação só vingou pra mim, em termos de hábito de trabalho, do meio do ano que passado pra cá. Eu tenho muitas ideias, falo pelos cotovelos. Tudo o que leio, qualquer conversa com um amigo, qualquer devaneio — tudo já me enche de ideias.
Como surgiu a ideia do escola para visionárias afogadas? E como foi a construção da metodologia por trás dele?
A metodologia foi criada em um dia, quando decidi o cronograma das aulas. testei esse percurso nas duas primeiras turmas, fiz alguns ajustes e agora quero expandir e aprofundar os temas de cada aula.
A ideia surgiu quando eu me toquei para quem eu REALMENTE queria estar contribuindo — qual tipo de mulher mais poderia se beneficiar com o meu aprendizado: a saber: as mulheres como eu, hahaha. que tem muitas visões, muito gosto pelo trabalho, adoram ser criativas, mas que tem dificuldade em estabelecer limites saudáveis entre si e o trabalho. quando a imagem dessas visionárias me veio à mente, tudo clicou.
Tem algum outro projeto além do Eu Organizado? Se sim, qual?
Dezenas de projetos na lista incubados, cara. Escrever o meu próprio livro (não se use sobre organização), fazer cursos para me especializar em mercado editorial, tradução ou escrita criativa. Criar o meu próprio site, com o meu nome, para falar mais dos outros temas que me interessam. Boa parte deles tem a ver com livros, hahaha.
Mundo Produtivo:
O que é produtividade para você?
“Produtividade é ser capaz de fazer coisas que você jamais conseguiu.” — Franz Kafka
Como é um dia ideal de trabalho para você?
É um dia de paz & sossego & muitas horas bem dormidas. Um dia proveitoso de trabalho, pra mim, começa cedo — entre 7am e 8 am, tendo dormido BASTANTE e profundamente na noite anterior.
Gosto de trabalho com as tarefas mais criativas de manhã, escrevendo ou gravando pro podcast. Um momento de pausa pro almoço que me revigore, disposição pra lidar com tarefas mais burocráticas na parte da tarde e um claro momento pra me desligar do trabalho e fazer algo só pra mim. um dia ideal de trabalho, pra mim, é um dia curto — onde eu consigo fazer as tarefas mais importantes na parte da manhã.
Qual o principal desafio relacionado à produtividade no seu trabalho hoje? E o que tem feito para superá-lo?
O meu principal desafio tem sido estar menos conectada nas redes sociais e no celular dentro desse contexto de isolamento. Estou em isolamento desde março, comecei a sair poucas vezes, semana sim semana não, só nos últimos dois meses. E a falta de movimento junto com o fato deu morar e trabalhar sozinha JUNTO com o fato deu trabalhar na internet tem sido um grande desafio de foco.
O que faço pra contornar essa dificuldade: saber quanto tempo eu tenho passado no celular, ter limites & atividades de passatempo, lazer e vida social (virtual) bem claras e decidida & todos os dias cultivo a clareza de quais são as minhas verdadeiras prioridades. Saber pra onde estou caminhando é o primeiro passo, pra mim.
Usa alguma técnica ou método para ser mais produtivo e se organizar?
Saber qual é o seu cronotipo e entender como o seu corpo funciona ao longo do dia.
Recomendaçoes
O que você está lendo ou que livro(s) recomenda?
IH MEU FILHO, pergunta complexa hahaha. estou lendo 3 livros: How To Do Nothing, Grande Magia (releitura) e Cinco Voltas na Bahia e Um Beijo para Caetano Veloso.
Indique 3 ferramentas (apps, softwares ou gadgets – online ou offline) que você não pode viver sem:
Um bom calendário (tô usando o Fantastical de novo, mas sempre estive na agenda do google), uma boa lista de tarefas (tô usando o Todoist) & o meu Spotify.
Quem você adoraria ver respondendo essas mesmas perguntas?
A Marina Minassian, do arroba @caoticasuave.
Quer adicionar algo para os leitores do Sua Produtividade?
Primeiro você aceita a sua realidade, depois você a muda. lembra disso.
Outras Entrevistas
A rotina de entrevistas aqui tem sido uma forma maravilhosa que eu tenho tido de trocar com pessoas que eu admiro e que vem fazendo um trabalho bem legal. Por isso, se você curtiu essa, vale a pena conferir as outras que já rolaram por aqui:
Se você curtiu a entrevista da Caótica Suave, vale conferir outras entrevista que já rolaram por aqui:
- Tiago Amorim da Wish Planner
- Pablo Magalhães do Nomad Like a Local e do Cara do PPT
- Alice Santos do Avesso do Caos
- Thais Godinho do Vida Organizada
- Lari Rodrigues da Hábitos que Mudam
- Lívia Moreira da Conceito Organizer
- Gabriela Brasil
Considerações Finais
Eu considero que uma entrevista é um sucesso quando eu consigo (e tomara que você também) tirar uma lição valiosa que me faça refletir, pensar um pouco mais e, quem sabe, fazer alguma coisa diferente em relação ao modo como eu vivo de maneira geral.
Nesse papo com a Ana, pra mim vieram as reflexões sobre a importância do nosso tempo, de desacelerar, de tomarmos cuidado para não chegar no nosso limite e, mais importante, de como é bom quando a gente se conhece e entende para onde estamos caminhando. E pra você? Quais reflexões surgiram?
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