Você já ouviu falar em FOMO ou Fear of Missing Out?

Se você já teve a sensação de estar perdendo eventos ou se ficou em um grupo de Whatsapp que não curtia só para não perder nenhuma mensagem dos amigos, talvez o FOMO também faça parte da sua vida em algum nível.

Pois saiba que esse fenômeno não é novidade. Ao contrário, deduz-se que ele seja parte de nossa sociedade há séculos, até porque existem evidências em textos muito antigos. 

No entanto, ele só passou a ser objeto de estudo a partir de 1996, quando o Dr. Dan Herman, um estrategista de marketing, cunhou o termo “fear of missing out” – ou FOMO. Atualmente, o assunto tem voltado à tona, impulsionado pela pressão das redes sociais.

O que é o FOMO (Fear of Missing Out)

Segundo o Dicionário de Cambridge, o FOMO é “um sentimento de preocupação por poder perder eventos emocionantes a que outras pessoas estão indo, especialmente causados por coisas que você vê nas redes sociais”.

Trata-se, portanto, da percepção de que as vidas das pessoas ao seu redor estão melhores do que a sua e que elas estão vivendo experiências melhores e mais interessantes que você. Percepção esta, exacerbada por sites como Instagram e Facebook.

Isso pode trazer um profundo sentimento de revolta ou inveja, e afeta diretamente sua autoestima, já que, mais do que uma sensação de que pode haver coisas melhores para você fazer neste momento, o FOMO o faz pensar que existe algo fundamentalmente importante que apenas os outros estão experimentando.

Esse sentimento, segundo a psicologia, vem do fato de que interações e conexões sociais são essenciais para o ser humano. E quando você se percebe fora do evento que todo mundo foi, ou não conseguindo participar de uma conversa de que todos têm noção, nasce um sentimento primitivo de ser deixado de lado, “fora da tribo”. 

Quais são os sintomas do FOMO

  • Não saber dizer não, concordando com tudo o que é convite, mas, ao mesmo tempo, deixando espaço caso apareça “algo melhor”;
  • Sentir-se excluído ou insatisfeito com a própria vida – especialmente após checar as redes sociais;
  • Verificar as mídias sociais, a uma frequência que chega a atrapalhar as outras atividades diárias;
  • Ter uma vida sempre agitada demais, pulando de uma atividade para outra, sem pausas, sem apreciar o ócio ou o tempo sozinho;
  • Comprar sempre a última novidade e acompanhar a mais recente tendência do mercado;
  • Preocupar-se o tempo todo com o que as outras pessoas vão pensar sobre seu cabelo, suas roupas, seu trabalho, seu peso, sua maquiagem etc.;
  • Ficar chateado ou bravo quando os amigos e/ou familiares falam sobre eventos em que você não esteve presente;
  • Sentir-se incomodado e/ou curioso quando não sabe o que as pessoas mais próximas estão fazendo;
  • Deixar o trabalho em segundo plano para participar de eventos e atividades sociais;
  • Postar tudo o que faz nas redes sociais e perturbar-se quando não recebe o “reconhecimento” devido por meio de reações e comentários;
  • Apresentar insônia ou outros distúrbios do sono;
  • Sofrer de ansiedade e estresse;
  • Não conseguir ser feliz sozinho.

Fear of Missing Out e as redes sociais

Com as mídias sociais, nós temos a possibilidade de ficarmos informados sobre quase tudo o que nossos amigos e familiares estão fazendo, praticamente na hora em que tudo está acontecendo.

O “problema” é que isso nos torna espectadores de infindáveis planos e atividades de que não podemos fazer parte. Assim, acabamos por desenvolver essa percepção enviesada de que todo mundo está tendo experiências melhores do que as nossas.

fomo fear of missing out foto

Essa sensação de que a nossa vida é menos interessante do que a vida alheia, na verdade, nos desconecta da realidade e nos faz entrar em um looping perigoso de deduções e interpretações que podem prejudicar fortemente nossa saúde emocional. 

Como evitar ou amenizar o FOMO (Fear of Missing Out)

Existem algumas maneiras de você evitar ou amenizar o FOMO, essas são algumas:

Mude o foco

Sim, é mais fácil falar do que fazer, mas a verdade é que focar no que você tem ao invés de naquilo que lhe falta é a mais poderosa ferramenta contra o FOMO – porque, de fato, seremos bombardeados diariamente nas redes com imagens de coisas que não temos. 

Se isso for muito desafiador para você, de início, tente algumas estratégias práticas, tais como ocultar as atualizações de pessoas que tendem a se mostrar ou se gabar demais, ou bloquear o tipo de post que serve de gatilho para sua ansiedade.

Caso isso ainda não seja possível, porque talvez os gatilhos venham de pessoas muito próximas, por quem você tem interesse e carinho, então, uma boa ideia pode ser utilizar recursos que reduzem o seu tempo na internet, como apps de bloqueio e similares.

Mantenha um diário

Diversas pessoas começam a postar em redes sociais muito com o objetivo de manter uma espécie de registro das coisas legais e divertidas que fazem. Entretanto, um tempo depois, se pegam preocupadas em ter suas experiências e recordações validadas pelos “likes” dos demais. 

Nesse caso, o melhor é guardar algumas fotos e memórias fora das redes, em um diário que pode ser online ou offline. Manter um diário pode ajudá-lo a mudar o foco da aprovação pública para sua própria apreciação pessoal, de forma a fazê-lo perceber como sua vida é maravilhosa fora das mídias.

Busque conexões reais

Especialmente quando nos sentimos ansiosos ou deprimidos, é comum que o nosso cérebro busque por interação social. Mas as redes sociais não são a maneira mais saudável de alcançar esse objetivo. 

Frequentemente, é mais eficiente encontrar-se pessoalmente com um único amigo do que conectar-se com inúmeras pessoas online. 

Fazer planos e programas com alguém costuma ser muito eficaz contra a sensação de sentir-se deslocado, porque o coloca no centro da ação e da tomada de decisão, além de fomentar uma conexão mais íntima e real com outro ser humano.

Seja grato

Estudos comprovam que exercitar a gratidão e dizer aos outros o que você aprecia neles pode melhorar a maneira como você se sente e o ambiente em que você está. Porque faz com que você enxergue as dádivas que você tem, e melhore o dia de alguém. E isso será totalmente benéfico para sua saúde mental e emocional.

Entenda a raiz do FOMO

Por fim, é essencial que você consiga identificar que está sofrendo de FOMO e que busque entender de onde vem esse distúrbio na sua vida. Caso seja algo muito complicado, é importante que você procure ajuda com algum especialista, como um psicólogo ou psiquiatra. 

Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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