As crenças limitantes são processos mentais que te fazem acreditar em alguma coisa que determina limites que restringe a sua maneira de pensar.

Você já teve aquela sensação de que tem alguma que você não tem capacidade de fazer nem que você se esforce muito? De que, independentemente do que você faça, tem certas atividades que simplesmente não são pra você? Que é como se existissem forças que te seguram e o impedem de agir?

E se eu te contar que essas forças que estão arraigadas aí dentro de você (e que se chamam crenças limitantes) podem ser superadas?

O que são crenças limitantes

Primeiro de tudo, vamos entender o que é uma crença.

Uma crença é um sentimento de certeza, que cria uma espécie de roteiro segundo o qual agimos. Em geral, trata-se de generalizações de nosso passado, baseado em alguma experiência vivida – ou melhor, em nossa interpretação inconsciente dessa experiência.

Crenças limitantes, portanto, são certezas guardadas dentro de você, que o limitam de alguma forma, em relação a si mesmo, a outras pessoas e ao mundo. Essas crenças acabam por impedir que você faça novas escolhas ou enxergue oportunidades, te mantendo focado nos aspectos negativos das suas circunstâncias.

O maior desafio das crenças limitantes é o fato de que a maioria de nós não sabe da existência delas, pois é realmente difícil identificá-las. De nossa própria perspectiva, é simplesmente a vida acontecendo como ela é, fora do nosso controle.

Como as crenças limitantes o prejudicam

O maior problema das crenças limitantes é justamente esse caráter inconsciente. Elas acontecem em silêncio, bem abaixo da superfície e, por isso, acaba te afetando cotidianamente.

Sem contar que pode ser praticamente impossível assumir que a gente tem um papel preponderante na dor que nos machuca. É perturbador considerar que, durante todo esse tempo, o poder de nos libertarmos desse ciclo estava em nossas mãos e nós mesmos nos torturamos.

As crenças limitantes criam espécies de barreiras que afetam todas as áreas de nossas vidas, sejam relacionamento, carreira, finanças, família, espiritualidade, saúde mental e física. Acabamos por não alcançar nosso potencial máximo em nenhuma esfera.

Exemplos de crenças limitantes

Há muito exemplos de crenças limitantes, das mais gerais às mais específicas. Seguem algumas mais comuns que talvez você se identifique ou já tenha observado em alguma pessoa proxima:

  • Eu sempre fui assim
  • Esse é o meu jeito de ser
  • Nunca fui bom em atividades físicas, então pra que tentar essa nova?
  • Eu não tenho valor
  • Eu não sou … o suficiente (bom/ bonito/ inteligente/ alto/ magro/ rico…)
  • Ter dinheiro é ser mesquinho
  • Eu não consigo aprender a falar inglês (ou qualquer outro idioma)
  • Eu não acredito em mim mesmo
  • Não consigo lidar com isso
  • Eu não mereço isso
  • Eu não tenho … suficiente (tempo/ dinheiro/ apoio/ experiência…)
  • Não vou conseguir, para que começar?
  • Meu irmão/ Minha irmã é a pessoa de sucesso da família
  • Essa atividade é para homem/ mulher
  • Não se pode confiar no sexo oposto
  • Ninguém é realmente feliz
  • A única maneira de se dar bem é trapaceando
  • A vida não tem sentido
  • Eu não mereço sucesso
  • Eu não tenho as qualificações para começar um negócio
  • As pessoas não gostam da minha companhia
  • Eu não tenho boas ideias
  • É tarde demais para mim

Fontes das crenças limitantes

As crenças limitantes podem vir de qualquer lugar:

  • Família
  • Amigos
  • Professores
  • Mentores
  • Mídia
  • Sociedade
  • Cultura

Elas se constroem por meio de pensamentos repetidos e geralmente se desenvolvem através das interações pessoais durante a nossa infância – sem que ninguém (na maioria das vezes) tenha culpa direta disso.

fontes de crenças limitantes

Como o cérebro de uma criança está em desenvolvimento, ele assume diversas crenças limitantes sem realizar a diferença entre o que é real e o que não é. Essas crenças podem se formar por meio de experiências vividas, lições recebidas, erros e desculpas, medo, ambiente de inserção, resultados passados e forma de enxergar o futuro.

6 passos para superar crenças limitantes

Se você acredita que tem alguma crença limitante (e talvez a parte mais difícil seja admitir uma) e quer superá-la, sugiro que você siga esses seis passos:

6 passos para superar suas crenças limitantes

1. Identifique as crenças limitantes

Comece a prestar atenção aos seus próprios pensamentos, como se você fosse uma terceira pessoa. Perceba os padrões, especialmente quando você constrói resistência ou cria obstáculos frente a alguma oportunidade que poderia lhe trazer benefícios.

Observe que palavras você costuma usar para descrever suas circunstâncias. Elas o impulsionam adiante ou o puxam para trás? Seja honesto. Esse pensamento é real ou inventado? A situação é um fato, há evidências?

Quanto mais você explorar seus pensamentos e atitudes frente à novos desafios, mais indícios pode ter e, sempre que eles forem negativos ou gerarem algum tipo de restrição, tente identificar se existe alguma crença limitante ali.

2. Avalie suas crenças limitantes

Depois de identificar as crenças limitantes que você repete a si mesmo, é imperativo que você reconheça como cada uma delas o afeta. Quando você as traz para a consciência, você é capaz de entender como elas lhe prejudicam e será possível responder a elas.

Será que a sua crença limitante está impedindo que você dê mais a sua opinião? Ou será que ela impede que você pratique uma nova atividade física? Ou mesmo que você pare de tentar porque já desistiu antes mesmo de começar?

Independentemente do resultado negativo que você tem, entender e avaliar essas crenças limitantes é o segundo passo para te livrar delas para sempre.

3. Entenda que crenças não são regras

Quando você aceita que o poder para interpretar as situações está em suas mãos, você tira a força das crenças limitantes e dá a sim mesmo permissão para substituí-las com pensamentos empoderadores.

Não há regras sobre o que você deva de fato pensar ou imaginar a respeito de si mesmo, dos outros e das circunstâncias. É, em última instância, uma escolha sua.

4. Escolha no que acreditar

Agora que você já sabe que a escolha do que acreditar está em suas mãos, basta substituir uma crença limitante com uma outra, melhor, que lhe possibilite arriscar e confiar nas suas próprias habilidades.

Essas são as crenças fortalecedoras, que vão te impulsionar para frente e para atingir seus objetivos. Um bom primeiro passo é escrever suas metas. Pegue um planner ou o Evernote e anote tudo o que você quer alcançar, e que pensamentos podem ajudá-lo a tornar realidade. Quando necessário, use metas menos ambiciosas, de forma a construir as fundações para o desafios que você irá implementar mais adiante.

5. Faça a transição para novas crenças

Então, crie oportunidades para substituir e reforçar essas novas crenças fortalecedoras.

Isso pode ser feito por meio de afirmações positivas (e se você quer se aprofundar, além do post indico o livro da Louise Hay – O Poder das Afirmações Positivas), mindfulness, criação de novos hábitos e através de um diário da gratidão.

O segredo é encontrar referências que lhe permitam projetar as novas crenças e comemorar as realizações diárias que te levam mais perto de concretizar essas novas crenças fortalecedoras, de forma a validá-las.

6. Coloque suas novas crenças em prática

O momento de colocar as novas crenças em ação é crítico: você precisará persistir para atravessar aquele estágio desconfortável em que você sente vontade de voltar para as crenças limitantes originais – e tão familiares.

Mas quanto mais você trabalhar nisso, mais fácil ficará. Substituir suas crenças limitantes requer muita força de vontade e determinação. No entanto, a recompensa é tão incrível quanto.

Por fim, não se esqueça: às vezes, a gente não consegue mesmo fazer isso sozinho e não há problema em pedir ajuda. Talvez seja necessário uma reflexão e desconstrução mais aprofundada e, nesse caso, você pode precisar de auxílio profissional de um terapeuta, psicólogo ou qualquer outra área que se faça necessária para a sua crença.

Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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