No artigo de hoje vamos explorar como o consumo consciente pode te ajudar a ter uma vida mais suave.

Esse é um post da Marina Minassian, a Caótica Suave, que até já foi entrevistada por aqui e chegou a responder uma pergunta sobre como o consumo consciente influencia a visão dela de organização.

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Então vamos lá:

“Eu não fazia ideia do tanto de coisas que eu tenho”.

Ouço muito essa frase durante o processo de organização, que realizo com meus clientes como Personal Organizer.

Como fomos parar nesse lugar sem controle do que possuímos? Devemos nos culpar?

Minha intenção aqui não é a de te flagelar. Por isso, eu respondo: não. Não dá pra internalizar a culpa de algo sistemático – e histórico.

A História do Consumismo

No período Pós 2ª Revolução Industrial, ocorreu o “Boom de Consumo”. Nessa fase, a indústria percebeu que, além de produzir em grande escala, era “necessário” estimular a demanda de um mercado que consumisse na mesma proporção.

Entre 1920 e 1950, esse estímulo ganhou ainda mais força com o “Boom do Marketing”, o nascimento do Cartão de Crédito e o auge da Mídia de Massa, que disseminou o “American Way Of Life”.

Nos anos 80, o consumo passou a ser mais individualista, nichado. Surgiram conceitos como target,  público-alvo e avatar. Essa foi a faísca para produtos que solucionam problemas inventados. “Não perca tempo com isso, compre isso! E ainda leve mais isso!”.

Chegamos na Era do Consumismo – os anos 90, quando a globalização se instalou de vez. O que gerou a terceirização da produção: os bens de consumo passaram a ser feitos em lugares distantes: nas fábricas. Podendo ser em Taiwan, China ou Bangladesh…

As marcas perceberam que o valor do produto era uma construção do que elas comunicavam como Lifestyle, não necessariamente do produto em si. Ou seja: produza coisas em uma fábrica terceirizada (da qual você não se responsabiliza sobre a ética da mão de obra e matéria-prima), carregue containeres e finalize com o seu desejado logotipo para gerar valor.

Com qualquer marca produzindo qualquer coisa aos montes, o resultado é o que vemos hoje: a naturalização do descartável. Então, o consumo se tornou quantitativo e perigoso, e pode ser denominado como CONSUMISMO.

O consumo consciente nessa história

Só então, um século depois, é que a mídia passou a falar sobre consumo consciente e os efeitos negativos do consumismo sobre nós: a desconexão com a natureza e desrespeito ambiental, patologias de acúmulo, a ansiedade e claro, a depressão por descontentamento, endividamento e desvalorização do ser.

E não precisamos descrever muito mais do que já verificamos nesse último ano pandêmico, certo? Se não vivenciamos em nossa experiência, com certeza testemunhamos à nossa volta muitas crises pessoais que, no fundo, estão relacionadas a esses fatores.

Justamente aqui que o consumo consciente se relaciona com a nossa produtividade e organização. Quando estamos conscientes desse cenário, fica mais fácil identificar e questionar com mais clareza: Estou empregando sabiamente a minha energia? Priorizando as demandas e organizando as tarefas, gavetas e armários a fim de abrir espaço para expandir o meu potencial ou apenas para adquirir mais coisas materiais?

A mentalidade que busca por mais já está tão solidificada socialmente, que mensagens publicitárias carregadas de “Compre uma assinatura/passagem/hospedagem… e SEJA feliz” continuam funcionando.  Ainda caímos nessa, como se TER fosse sinônimo de SER.

Para um impacto positivo efetivo, a Disciplina e o Questionamento são as maiores diretrizes. Disciplina, aplicada com o mesmo princípio da organização: comece com uma gaveta e depois a casa inteira estará organizada. Aqui também, não menospreze o poder de pequenas ações individuais, que conduzem para ações maiores, com um propósito maior.

Lembrando sempre de que a bagunça e/ou excessos de consumo não brotaram do chão, por isso, não será da noite para o dia que cortaremos hábitos nocivos.  A consistência é a chave da disciplina que, por sua vez, é a base da produtividade.

A Caótica Suave

Marina Minassian é redatora e produtora de conteúdo digital desde 2013, quando graduou-se em Comunicação Social pela Faculdade Cásper Líbero (SP). Por influência de sua área profissional, se dedica a estudar e refletir sobre o consumismo e defende que a Organização, em todos os seus formatos, é ferramenta fundamental para resgatar valores sociais e ambientais.

Sob o nome de Caótica Suave trata dessas temáticas com bom humor e irreverência no Insta @caoticasuave, no seu canal do Youtube e no seu site

Minhas Reflexões sobre Consumo Consciente

Se eu pudesse destacar uma pequena parte desse texto muito legal da Caótica Suave e que pra mim é o ponto chave em relação ao consumo consciente é a realidade de que TER não te leva necessariamente à felicidade ou à uma vida mais leve.

Por isso mesmo, para ter uma abordagem de consumo consciente na minha rotina, passei a fazer um exercício com alguns questionamentos:

Em relação ao que eu já tenho: Faz quanto tempo que eu não uso? Alguém aproveitaria melhor essa coisa do que eu? Posso dar, empresar, trocar, vender ou dar um destino melhor? Em resumo, eu preciso mesmo disso?

Em relação ao que eu posso comprar: Eu realmente preciso do que vai ser comprado? É para um uso pontual ou para um uso contínuo? Existe a possibilidade de comprar usado ou reaproveitar de algum conhecido?

Como vivemos em uma sociedade extremamente consumista, pode ser difícil ter o olhar do consumo consciente, mas cada vez mais ele se torna necessário se realmente quisermos trilhar um futuro melhor e mais sustentável por aqui.

Pra fechar, se você também reflete sobre o consumo consciente, divide aqui com a gente seus pensamentos e como essa reflexão tem impactado a sua rotina.

Rafael Avila

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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